Simulação ou Arcade?

Uma das características mais fortes e comentadas dos video games é seu poder de simulação. Seja em um jogo como Civilization, em que você simula o desenvolvimento de uma sociedade/raça, no The Sims em que você simula uma vida familiar (?) ou em Sim city onde você simula a administração de uma cidade, a palavra simulação está normalmente presente quando falamos em jogos.

Isso não vale apenas para esse tipo de jogo, pois na verdade todo jogo é de certa forma uma simulação, daí tantos debates a respeito disso, pois ainda há muita confusão ao abordarmos esse assunto. Falando de forma mais clara e óbvia, seria como se em Resident Evil nós simulássemos uma sobrevivência num apocalipse zumbi. Parece tosco, mas serve bem para ilustrar isso. Nesse sentido, quem quiser se aprofundar mais sobre algumas discussões teóricas sobre o assunto pode pesquisar sobre a questão teatral ou a de mundos possíveis, entre outras.

Mas não é nesse sentido de simulação que pretendo falar hoje, apesar de gostar muito dele. O plano é comentar sobre as simulações de treinamento. Chamo de simulação de treinamento aquelas que se baseiam em algum periférico ou aparelho real que demanda perícia e treinamento, mas que não pode simplesmente ser usado livremente por pessoas inexperientes. Confuso? Eu explico melhor.

Imagine um jovem rapaz que está realizando um concurso de pilotagem de avião. Alguém em sã consciência entregaria um avião de verdade para que essa pessoa fizesse sua primeira experimentação prática, tendo que decolar, voar e pousar sem nunca antes ter colocado as mãos em um avião? Obviamente não, para isso existe esse tipo de simulação.

Os desafios de voar
Os desafios de voar

Mas a simulação de pilotagem de aviões, por exemplo, não serve apenas para escolas de pilotos ou coisas semelhantes, serve também como entretenimento, como no jogo Fligth simulator (tem simulator até no nome). O fato de ser uma simulação indica que pilotar um avião virtual será tão difícil (em teoria) quanto pilotar o avião virtual, pois o intuito é justamente passar a sensação de estar pilotando algo ao jogador.

Por outro lado, não espere ficar dando tirinhos e perseguindo outros aviões muito facilmente nesse tipo de jogo, nem derrubar uma nave especial, dragão, deus-aranha nem nada desse tipo, pois o jogo se diz “próximo da realidade”. E no jogo em que você mata dragões com o canhão de seu avião não espere uma simulação perfeita da experiência de pilotar um avião. São focos diferentes.

Recentemente tive a oportunidade de jogar com um daqueles volantes para jogos de corrida. Acostumado a jogar Top Gear, Rock’n Roll racing, Mario kart etc acabei passando vergonha ao tentar domar o fórmula um ao volante realista. Ninguém espera que seja fácil pilotar um carro de corrida que chega a 300 por hora e realmente comprovei isso na minha experiência, pois a dificuldade é incrível.

Volante de carro de fórmula um
Volante de carro de fórmula um

Com certeza a prática e o treinamento fariam com que eu melhorasse meu desempenho e apesar da simulação ser fantástica, não é o tipo de jogo que costumo ter em casa (mesmo porque esses volantes, manches etc costumam ser bem caros), pois prefiro os jogos que tendem mais à fantasia. Particularmente a sensação de disparar um casco vermelho no Mario kart, numa corrida que não dura mais do que 5 minutos, sem combustível e sem desgaste dos pneus é muito prazerosa.

Isso não exclui minha participação em jogos mais “sérios”, mas eles exigem muito mais. Não é tão simples ser um jogador casual de um jogo como esse, visto que o treinamento é necessário e não apenas uma vaidade. Fiquei contente de ver como o volante respondia a meus erros grotescos e parabenizo aqueles que conseguem correr velozmente, fazendo tempos semelhantes ao dos pilotos profissionais.

Cada um tem sua preferência, seja por simulações mais desafiadoras ou apenas por jogos arcades que não se preocupam tanto em entregar algo próximo do real.

O que prefere?

Gustavo Nogueira de Paula

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