Vale cultura vale alguma coisa?

A dicussão sobre game, cultura, Marta suplicy e companhia ainda continua por aí e eu não quero mais me envolver muito com ela. Particularmente não sou muito a favor da inclusão dos games nesse vale, bem como TV a cabo e afins. O motivo é bem simples: o tal vale cultura viria justamente para tentar disseminar um pensamento diferente, que faça com que o brasileiro não apenas fique na frente da tv assistindo novelas etc e nesse ponto, tanto tv a cabo, como videogames ficariam de fora.

Acho bastante justo, principalmente pelo fato dos jogos serem produzidos fora do Brasil, ou seja, se esse vale financiar a compra de jogos estaríamos enviando dinheiro recolhido através de impostos dieratemente para o bolso de empresas de outros países, não ajudando em nada a produção brasileira. Tenho certeza que a Marta sabe que os jogos de videogame são cultura e se não sabe, aí sim deveríamos ficar preocupados. A frase dela em si é bastante lamentável, mas em nenhum momento foi o centro da discussão.

vale cultura ou vale presente?
vale cultura ou vale presente?

Pensando nisso, resolvi listar de forma simplificada alguns dos apoios pelos quais os produtores e jogadores brasileiros deveriam estar realmente protestando.

  1. Incentivo a produção nacional: Esse incentivo poderia se dar de diferentes formas, como diminuição de impostos para pequenas produtoras nacionais e/ou diminuição das taxas nas vendas de jogos brasileiros.
  2. Fomento à produção de jogos que valorizem a cultura local, financiando projetos que trabalhem com folclore ou qualquer outro tipo de temática nacional, por exemplo. Ou, novamente, diminuindo acarga de impostos para produtoras que apresentarem projetos voltados a realidade nacional, valorizando a sociedade e a cultura brasileiras.
  3. Criação, ampliação e fiscalização de cursos de desenvolvimento de jogos em universidades federais (gratuitas), para melhorar e ampliar a mão de obra qualificada nesse setor do mercado de trabalho.
  4. Investimentos reais e significativos em educação, pois uma população educada tem livros em casa, frequenta teatros, espetáculos musicais etc, sem precisar da criação de nenhum tipo de vale, que visa apenas a estimular o consumo e corrigir uma falha do próprio Estado.

São apenas algumas ideias, com certeza existem outras por aí. O importante é que a comunidade não fique apenas indo na onda e não protestando ou questionando aquilo que realmente merece ser debatido.

Sinto muito pessoal, mas não é através do vale cultura que teremos um jogador mais crítico e um mercado melhor para games no Brasil…

Gustavo Nogueira de Paula

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